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Assim que dei sinal de vida, tudo se transformou ao seu redor. O enxoval, o berço, a rotina dos exames médicos as dietas... A loga espera tinha que ser perfeita para os dois: EU e VOCÊ.
Sei que por nove meses modifiquei o seu corpo, fiz você perder noites de sono, renunciar divertimentos e a usar roupas da moda.
Durante nove meses subjuguei a tudo que de você precisava.
Fiz você tomar muitos remédios para que pudesse nascer forte e bonito. Ainda estava no seu ventre e você se preocupava com meus futuros dentes tomando vitaminas para que eles, no seu devido tempo, viessem perfeitos.
Quando aquele espaço morno e aconchegante já se tornava pequeno para me abrigar, eu explorava seus pulmões, dele retirando tudo que eu podia. Você era o ar que eu respirava. Sem a sua ajuda eu não estaria aqui.
As minhas cambalhotas e meus chutes maltratavam o seu ventre que eu sei. Mas você sorria em silêncio, e carinhosamente passava as mãos naquele bolo que se formava ora do lado esquerdo, ora do lado direito. Lembra-se? Eu só estava querendo chamar a sua atenção. E aquele era o único recurso de que eu dispunha. Eu não podia dizer: mãe estou aqui, está tudo bem. Aquele era o meu SOS que eu acionava quando você menos esperava. Sempre dava certo.
As contrações, as dores do parto, uma cirurgia necessária... disso nem vou falar. Tudo é muito doido. Mas no fundo mesmo, será que a dor de ter um filho foi maior do que a emoção de ser Mãe.
Por tudo isso, desculpe, mãe...
Pelas noites insones que fiz você passar;
Por tudo que teve que renunciar;
Pelo leite empedrado que fez você chorar;
Pelos pontos que teve que levar;
Pela cicatriz que demorou a fechar;
Pelos pés inchados que teve de arrastar;
Pela falta de jeito ao me banhar;
Mas acima de tudo mamãe...
Obrigado por ter me deixado nascer. Por me deixar conhecer o sol, a lua, as estrelas, as flores, os animais...
Obrigado mamãe, por ter me deixado conhecer este mundo. Por ter arriscado a sua vida para me dar... a vida!
Autor da mensagem: Desconhecido
Contribuição: Denise Carreira
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